Camuflando as forças de classes, a Indústria Cultural
apresenta-se como único poder de dominação e difusão de uma cultura de
subserviência. Ela torna-se o guia que orienta os indivíduos em um mundo
caótico e que por isso desativa, desarticula qualquer revolta contra seu
sistema. Isso quer dizer que a pseudo felicidade ou satisfação promovida pela
Indústria Cultural acaba por desmobilizar ou impedir qualquer mobilização
crítica que, de alguma forma, fora o papel principal da arte (como no
Renascimento, por exemplo). Ela transforma os indivíduos em seu objeto e não
permite a formação de uma autonomia consciente.
Segundo a visão dos autores, é praticamente impossível
fugir desse modelo, mas deveríamos buscar fontes alternativas de arte e de
produção cultural, que, ainda que sejam utilizadas pela indústria, promovessem
o mínimo de conscientização possível.
Um bom exemplo da força da Indústria Cultural é o artista de rua Banksy. Ele é um notório artista de rua britânico, cujos trabalhos
em stencil são facilmente encontrados nas ruas da cidade de Bristol, numerosas
manifestações de Banksy também são encontradas na capital britânica, Londres e em
outras partes do mundo, como, Los Angeles, Nova York, e até no muro que separa
Israel e Palestina. Suas intervenções são em grande maioria, críticas (ao
governo, à guerra, ao consumismo, sociedade), sarcásticas e com um toque de
humor negro.
Quando faz exposições, Banksy coloca obras para vender.
Quando faz um grafite na rua, não - o que não impede as obras de serem
vendidas. A partir de 2007, tornou-se cada vez mais comum seus trabalhos saírem
diretamente dos muros e paredes para as casas de leilão. Indignado, ele chegou
a colocar em seu site a imagem de pessoas dando lances em uma figura que dizia
"não acredito que vocês idiotas vão mesmo comprar esta merda".
Em Liverpool, uma casa caindo aos pedaços alcançou o preço
notável de R$ 300 mil, só porque em um dos lados do prédio há uma gigantesca
cabeça de rato desenhada pelo grafiteiro famoso.
Ironicamente, seus trabalhos têm transformado a street art em
objeto de consumo: pedaços de muros com grafites seus têm sido retirados e
vendidos em leilões na internet. O que era arte gratuita agora tem preço - e na
maioria das vezes, bem alto. E dentre seus admiradores estão: Brad Pitt,
Christina Aguillera e Jude Law.
Atualmente, é muito fácil encontrar lojas que vendem produtos que fazem alusão ao mesmo. Oque prova que,mesmo lutando contra, ele acabara, de certa forma sendo absorvido pela Indústria Cultural.
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